quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Países da UE tratam gripe com diferentes planos de vacinação

Os países da UE se preparam para combater a expansão da gripe A no outono com diferentes planos de vacinação, que preveem imunizar parcelas da população que vão desde o 100% no Reino Unido até 30% em Portugal, apesar das tentativas de harmonizar as ações contra o novo vírus na região.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que o pior da pandemia ainda pode estar por vir e chamou à comunidade internacional a preparar-se para uma segunda onda do vírus nos próximos meses.

Embora os 27 países chegarem a um acordo esta semana sobre as linhas gerais de orientação perante um possível agravamento da pandemia, cada país planeja vacinar quantidades diferentes da população em função de sua política sanitária nacional e de suas possibilidades econômicas.

Na primeira fase da vacinação, que se terá início quando o novo fármaco estiver disponível, a partir de meados de setembro segundo a OMS, os países da União Europeia (UE) darão prioridade a três grupos de população: os doentes crônicos, as mulheres grávidas e os agentes sanitários.

Estes critérios comuns servem de orientação mas não são obrigatórios, levando em conta que não haverá vacinas suficientes para que todos os países imunizem simultaneamente a porcentagem da população que achem necessário.

Após a primeira fase, cada país continuará utilizando as vacinas segundo seus planos nacionais.

A França, com 94 milhões de dose compradas, é o país que mais vacinas reservou até o momento e planeja imunizar toda sua população, da mesma forma que o Reino Unido - o país europeu mais castigado pelo novo vírus -, que encomendou 90 milhões de dose.

Os países acham que serão necessárias duas dose para imunizar cada pessoa, embora a OMS advirta que se deve esperar os resultados dos primeiros testes clínicos para confirmá-lo.

A Alemanha, o país mais povoado da UE, ocupa o terceiro lugar em número de dose reservadas (50 milhões), que servirão para vacinar 25 milhões de pessoas, embora as autoridades alemãs pretendam acumular doses suficientes para 65 dos 80 milhões de habitantes do país.

O Governo espanhol reservou 37 milhões de doses com as quais tentará imunizar 40% da população.

Já a Itália vai receber 24 milhões de dose, com as quais deve vacinar de 30% a 40% de sua população total.

A Holanda e a Áustria pretendem imunizar toda sua população, encomendando 34 e 16 milhões de doses, respectivamente.

Entre os países que reservaram menor volume da vacina está Portugal, com três milhões de doses, que cobrirão 30% de sua população.

Todos os países começarão imunizando os grupos prioritários, embora alguns Governos tenham identificado alguns grupos "de risco" adicionais.

Na Espanha, além dos três grupos citados se somarão as crianças de até 14 anos, os professores e os trabalhadores dos serviços essenciais, como transporte público e forças de segurança.

O Reino Unido também prevê vacinar de forma prioritária os maiores de 65 anos e os bebês, enquanto que na Alemanha entram nessa lista os farmacêuticos e na Itália os funcionários dos Correios e de companhias telefônicas.

Além disso, a data em que cada país da UE disporá do novo fármaco dependerá do laboratório com o qual tenha assinado o acordo, de modo que a primeira fase de vacinação acontecerá em uns países antes que em outros.

Enquanto Espanha ou França preveem começar a vacinação "no outono" (o outono europeu vai do começo de setembro ao fim de novembro), o Governo britânico foi mais preciso e disse que começaria no "fim de setembro e começo de outubro".

Outros países planejam começar mais tarde, como a Itália, que fixou em 15 de novembro sua primeira fase de vacinação, ou Portugal, que começará entre dezembro e janeiro.

Alguns Governos já disseram que as injeções serão gratuitas pelo menos para os grupos prioritários - é o caso do Reino Unido, Alemanha, Itália, Holanda e Portugal -, enquanto em outros países, como a França ou Áustria, não se decidiu ainda.

Na Espanha, os fármacos serão custeados pelo Estado e as Comunidades Autônomas e por enquanto o Ministério da Saúde não especificou se os grupos de risco serão vacinados de forma gratuita, mas assim o deu a entender.

Seguindo as recomendações do Comitê de Segurança Sanitária da UE, os Governos descartaram atrasar o início do ano letivo para evitar a expansão da epidemia.

No entanto, alguns países elaboraram um plano de crise caso se produzam contágios maciços em um mesmo centro educacional.

A França fechará durante sete dias os centros com pelo menos três casos com sintomas de gripe em uma mesma semana, enquanto na Espanha, Itália, Áustria e Reino Unido se estudará cada caso particular para decidir sobre o possível fechamento preventivo de um colégio.

Por último, Espanha, da mesma forma que França, Bélgica e Holanda, elaborou um "guia de emergência" geral, perante a possibilidade de que a epidemia ameace o funcionamento dos serviços básicos nacionais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário